segunda-feira, 23 de junho de 2014

Vamos casar em Berlim





O Amor por vezes é tão rápido, tão rápido, que não cabe no tempo de Lisboa.

O Amor que sinto neste momento é tão grande e tão veloz que não cabe nas ruas de Lisboa.

Transcende as suas paredes, as suas colinas, o seu Fado e a sua candura.

O meu Amor neste momento é o momento fundamental da minha cidade de Lisboa.

Sou seriamente apaixonada por Fausto Bordalo Dias.
Desde tenra idade, que o sou.

E ele e a sua música, a sua música e ele, confundem-se com o meu conceito de Lisboa.

Para mim não existe Lisboa sem Fausto.
Como não existe um bolo sem fermento.
Uma pessoa sem coração.
E uma alma sem Amor.

Vou me casar em Berlim.
Tal como Fausto ditou na sua música.

Aqui, diz, Madrid, Paris, Bruxelas, Lisboa e Berlim.

E um Tejo a ver navios.

Neste meu amor cabem todas as cidades do mundo. Cabem todos os momentos do tempo. Cabem todas as sensações. Todos os sexos. Todos os olhares. E todos os amores dentro de um só amor.

Voltarei de lá, de Berlim, com uma aliança no dedo.

Não porque queira publicitar o meu amor, mas porque trago o amor nos dedos, nas mãos, no coração e no sorriso.


"e lá fomos audazes
por passeios tardios
vadiando o asfalto
cruzando outras pontes
de mares que são rios
e num bar fora de horas
se eu chorar perdoa
ó meu bem é que eu canto
por dentro sonhando
que estou em Lisboa."


Vou casar em Berlim para viver o meu amor em Lisboa. Sempre.


Para ele.


                                                     
                             (Texto escrito na sacada da Pastelaria Suíça, ali perto de Berlim).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Meu Ponteio




Lisboa é a única cidade onde se descobre o verdeiro amor.

Quem se afasta desta cidade para viver amores, ou a sua descoberta, voltará sempre para aqui.

A Graça é agora o meu cenário de guerra. De Guerra e de Amores.

Mesmo quando achamos que já vivemos tudo no que toca ao Amor, ele aparece naturalmente, e demonstra-nos que somos cobiçados por ele.  Sempre.

O Amor cobiça-nos, a cada momento.
Quer-nos.
Vive-nos.


E nenhum de nós consegue não ir pelos seus ditames.

Era um, era dois, eram 100.

Podem ser 100 Amores, ou 1000... iremos sempre ser cobiçados por ele. Esse audaz que nos leva à generosidade das coisas.


E cá dentro, sempre a mesma sensação, de querer parar e perguntar "diga logo ao que vem".
E não há resposta. Não há liras, nem poetas.

O Amor e esta sua cobiça por almas errantes faz com que se viva mais, se queira mais, se proponha mais.

Era um, era dois, era 100.  Podem ser o que nós quisermos.

Podemos já não ter mãos para contar os dedos por aqueles que nos perdemos de paixão.

Mas chega um dia em que por já não haver dedos, mãos e alma, esse Amor, salta logo para o coração.


Fugindo de todas as lógicas, de todas as sacadas, de todas as árvores, quando estamos no céu de Lisboa, e com a Graça no colo, é isso que sentimos.

Que fomos agraciados pelo Amor.

O que não fica nos dedos, nas mãos, fica no coração.

É aqui que estou. Entre as escritas, as palavras, e um Amor traduzido na Liberdade de Lisboa.



domingo, 1 de junho de 2014

Cherokee Louise







O amor quando chega traz no bolso uma chave.
Frase que me acompanha faz muito tempo.
Mais importante que aceitar um amor em Lisboa é perceber se ele pertence ao Mundo.
Se pertencer a Lisboa essa chave pode ser encontrada no Tejo, em Alfama, no Bairro das Estacas, no Chiado, na Madragoa.

Se esse Amor pertencer ao mundo, então temos que ter à priori, esse chave na mão. Sempre na mão.


Como se fosse a coisa, a "res", a ser tratada naquele momento.  Não é uma troca. O amor nunca é uma troca. É uma garantia, e o amor precisa de garantias. Principalmente, quando o amor pertence ao Mundo.


Sempre quis viver um amor nas ruas de Lisboa, fecha-lo às paredes e muralhas de Lisboa.
E já vivi, e não me chegou.

Achava que estava certa sobre essa forma de amor em Lisboa, e que isso seria a equação para encontrar essa tal chave.


Estou a começar a entender que o amor pertence ao Mundo e que a chave é como se fosse a Cherokee Louise da Joni Mitchel.


Foi o que ouvi hoje durante a tarde em Alfama, enquanto tirava estas fotografias.


Por vezes a chave está mesmo, mesmo nas nossas mãos, e consegue abrir até a Sé de Lisboa.

Foi a certeza que tive hoje. Com esta chave, irei galgar o mundo.