Chiado. Tejo. Saramago. Petiscos. O Amor. A Luz de Lisboa. Humildade. Fotografia. O Pai. Inquietação. Al Berto. A Divina Comédia de Dante. Pedro Moutinho. A Rua da Esperança. O Fado. Lisbon Trendy Block. RTP. O Amor Que Faz Mover o Sol e as Outras Estrelas.
O Amor por vezes é tão rápido, tão rápido, que não cabe no tempo de Lisboa.
O Amor que sinto neste momento é tão grande e tão veloz que não cabe nas ruas de Lisboa.
Transcende as suas paredes, as suas colinas, o seu Fado e a sua candura.
O meu Amor neste momento é o momento fundamental da minha cidade de Lisboa.
Sou seriamente apaixonada por Fausto Bordalo Dias. Desde tenra idade, que o sou.
E ele e a sua música, a sua música e ele, confundem-se com o meu conceito de Lisboa.
Para mim não existe Lisboa sem Fausto. Como não existe um bolo sem fermento. Uma pessoa sem coração. E uma alma sem Amor.
Vou me casar em Berlim. Tal como Fausto ditou na sua música.
Aqui, diz, Madrid, Paris, Bruxelas, Lisboa e Berlim.
E um Tejo a ver navios.
Neste meu amor cabem todas as cidades do mundo. Cabem todos os momentos do tempo. Cabem todas as sensações. Todos os sexos. Todos os olhares. E todos os amores dentro de um só amor.
Voltarei de lá, de Berlim, com uma aliança no dedo.
Não porque queira publicitar o meu amor, mas porque trago o amor nos dedos, nas mãos, no coração e no sorriso.
"e lá fomos audazes por passeios tardios vadiando o asfalto cruzando outras pontes de mares que são rios e num bar fora de horas se eu chorar perdoa ó meu bem é que eu canto por dentro sonhando que estou em Lisboa."
Vou casar em Berlim para viver o meu amor em Lisboa. Sempre.
Para ele.
(Texto escrito na sacada da Pastelaria Suíça, ali perto de Berlim).
O amor quando chega traz no bolso uma chave. Frase que me acompanha faz muito tempo. Mais importante que aceitar um amor em Lisboa é perceber se ele pertence ao Mundo. Se pertencer a Lisboa essa chave pode ser encontrada no Tejo, em Alfama, no Bairro das Estacas, no Chiado, na Madragoa.
Se esse Amor pertencer ao mundo, então temos que ter à priori, esse chave na mão. Sempre na mão.
Como se fosse a coisa, a "res", a ser tratada naquele momento. Não é uma troca. O amor nunca é uma troca. É uma garantia, e o amor precisa de garantias. Principalmente, quando o amor pertence ao Mundo.
Sempre quis viver um amor nas ruas de Lisboa, fecha-lo às paredes e muralhas de Lisboa. E já vivi, e não me chegou.
Achava que estava certa sobre essa forma de amor em Lisboa, e que isso seria a equação para encontrar essa tal chave.
Estou a começar a entender que o amor pertence ao Mundo e que a chave é como se fosse a Cherokee Louise da Joni Mitchel.
Foi o que ouvi hoje durante a tarde em Alfama, enquanto tirava estas fotografias.
Por vezes a chave está mesmo, mesmo nas nossas mãos, e consegue abrir até a Sé de Lisboa.
Foi a certeza que tive hoje. Com esta chave, irei galgar o mundo.